Biography: Teacher Idalina Beatriz Njivala Namupa Salondeka – Portuguese



Teacher Idalina Beatriz Njivala Namupa Salondeka

Texto de Pedro Chindondo e coordenação de Emilia Etaungo Sicato. Luanda, 29 de Março de 2021.

Idalina Beatriz Njivala Namupa Salondeka, nasceu a 10 de Maio de 1930, filha de Salondeka Mukinda e Chimuma Chopetu, natural de Miapia/Chiumbo, Província do Huambo.

Iniciou o ensino pré-primário na sua aldeia natal (Miapia), onde fez três anos. Depois de terminar o 4º ano de escolaridade, Idalina foi seleccionada para continuar com os estudos na Missão do Dondi/Lutamo, cuja directora era Missionária Celénia Pires Ferreira.
Foi baptizada e confirmada como Membro em Plena Comunhão, pelo Reverendo Bernardo Kayuye, na Igreja congregacional, IECA, na sua terra natal Miapia/Chiumbo.

Em 1943, continuou os estudos na Escola Means do Dondi, e durante as férias, ministrou aulas de economia doméstica, no Centro de Vila Bela Ulondo. Ao longo dos quatro anos de Escola Means, Idalina ainda estudante, também cumpriu missões de evangelização nas áreas de Benguela, em 1946, enquanto o Reverendo Jessé Chiula Chipenda era pastor do Lobito.

A 05 de Outubro de 1947, na Igreja do Lutamo-Dondi, a professora Idalina casou-se com o professor Pedro Sanjenguela Chindondo, com quem teve cinco filhos entre os quais, quatro rapazes e uma menina Valdemar, Aníbal, Etna, Fonseca e Peregrino. No ano seguinte o casal viajou para o Centro Evangélico de Kambongue/Chinguar, onde o seu marido foi colocado como Professor.

Em 1950, com as perseguições por parte dos colonos portugueses, o casal protegido por um amigo francês, viajou para Teixeira de Sousa (Luau) no Leste de Angola e posteriormente para Dilolo, no Congo Belga, actual República Democrática do Congo, onde viveram três anos.

Com a vocação e a paixão que o casal Chindondo manifestava pelo ensino, eles resolveram fundar uma Escola rudimentar no interior de Angola, na aldeia de Lussinda, na circunscrição de Teixeira de Sousa (actual Luau), Província do Moxico. Assim, durante três anos, o casal construiu uma escola do ensino primário, com o objectivo de onde ajudar muitas crianças a sair do obscurantismo, contribuindo para a redução do analfabetismo. Enquanto o casal ministrava as aulas, os alunos também tinham estudo da biblia, duas vezes por semana.

Em 1955, na sequência da falta de professores, o casal foi convidado pelos Missionários a regressar para a Missão do Dondi. No Dondi, o marido da dona Idalina trabalhou com vários professores como: Tiago Martinho Epalanga, Lourenço Chinhangua Joaquim, Diamantino Stover, Eurico Sangueve e Benjamim Liwanhika que, em 1948 no Colégio Alexandre Herculano, concluíram o 5º ano do Liceu, em Nova Lisboa, com notas excelentes, o que despertou a atenção da Polícia Pública.
Apesar do seu marido ser professor na Missão do Dondi, Lutamo, ele preferiu matricular seus dois filhos (Valdemar e Anibal), na Escola Primária Nº 35, na Vila da Bela Vista, actual Kachiungo.

Posteriormente, o casal resolveu construir a sua casa no Bairro Sousa, par ai viverem, apesar do professor Pedro continuar a leccionar no Lutamo. Este sucesso da família, provocou algum desconforto em algumas pessoas.

Em Fevereiro de 1959, a mãe Idalina perdeu o seu marido, quando foi submetido a intervenção cirúrgica, que correu mal. Nesta sequência do falecimento do marido, Idalina com cinco órfãos, perdeu tudo ficando sem eira nem beira e totalmente desprotegidos. Foi nessa altura que os Missionários acolheram a família e colocaram a dona Idalina como responsável do internato feminino, enquanto frequentava o curso de enfermagem, no Hospital do Dondi. Nas horas vagas, Idalina ocupava-se a tricotar meias, luvas, cachecóis, camisolas, rendas, colchas, roupas para bebé, que depois vendia às parturientes da maternidade, no Hospital do Dondi. Com este dinheiro educou os filhos chegou e conseguiu enviar o seu primogénito a Luanda para frequentar o curso de medicina veterinária.

Apesar da mãe Idalina ser viúva ela desdobrava-se em muitas tarefas: fazia criação de galinhas, patos, perus e porcos; fazia trabalhos manuais; fazia hortas e lavras no Lutamo para produzir hortaliças, cereais, fruta, trigo; dava aulas de português e Umbundu às missionárias Lillian e Newman. Idalina sempre foi uma mulher de muita fé e bastante persistente no alcance dos seus objectivos que, apesar de ter perdido dois filhos no período de guerra e em circunstâncias muito estranhas, ela se manteve muito fervorosa na igreja, no trabalho, no apoio e no aconselhamento de mulheres.

Na Igreja exercer cargos de diaconisa, conselheira e deu formação ás mulheres, apoiou e ajudou pessoas. Foi membro activo no Pastorado de Nova Vida até 09 de Outubro de 2008 quando, em Luanda partiu para a Glória Celestial, com 78 anos de idade. A igreja congregacional e a comunidade angolana.